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Estamos no vermelho

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A natureza nos sintoniza com as diferentes formas de vida. Pela natureza nos conectamos com as plantas, com os animais e outros elementos que traduzem os mistérios de sua existência. Essa sintonia é tão importante quanto necessária. Não raramente, associamos a recarga de energias ao encontro com a natureza - a admiração da grandiosidade do mar, da brisa batendo no rosto, do vai e vem das ondas que a cada vinda desenham formas na areia, do cheiro da maresia, da vida que habita aquelas águas. Que saudade do mar! Que saudade ouvir o barulho das ondas! Uma sinfonia mágica, compassada, afinada, regida por uma força grandiosa e divina.

Que saudade admirar o céu e vê-lo encontrar-se no sem fim do mar! Não há como esquecer Mário Quintana: Eu não tenho paredes, só horizontes. Horizonte que emoldura o voo dos pássaros e o sol que tudo aquece e ilumina. A natureza recarrega energias boas e descarrega os pesos. Essa sintonia é essencial para o equilíbrio do espírito. Confere paz. A natureza é a conexão com o divino, com a criação. Árvores abrigam vida. Tem a função vital de absorver gás carbônico e, por meio da fotossíntese, devolver oxigênio.

O desenvenenamento do ar é mais um destes equilíbrios perfeitos na arquitetura do planeta. Como um ser tão essencial para a sobrevivência do homem é derrubado por ele próprio, transformando matas em desertos? Estamos e iremos pagar caro por estas ações. As próximas gerações herdarão, mesmo sem culpa, a crueldade com as florestas e com a natureza. As florestas regulam o clima, as chuvas, mantém a biodiversidade que nelas habita. Nunca se viu tanto desmatamento no Brasil quanto nestes tempos. Nunca se viu tantos biomas arderem em chamas como nos tempos atuais. Nunca se viu tanta permissividade à destruição como nestes tempos.

A conta bate a nossa porta todos os dias: secas tórridas, rios desaparecidos, desertos, tornados, enchentes - é a fúria dos eventos climáticos. Doenças ressurgem e surgem - pandemias. Até quando confundiremos progresso com destruição? Conservar a natureza é manter a vida. A defesa das florestas e a proteção da natureza pode se fazer por meio do nosso modo de consumo. Sábado, 22 de agosto, é o Dia da Sobrecarga da Terra. A data sinaliza que a capacidade de recuperação do planeta, a partir deste dia, será ultrapassada. Significa que consumimos além da capacidade planetária anual de recomposição. Em geral, para sustentar as nossas necessidades são consumidos em um ano, recursos equivalentes a 1,6 planetas, porém temos apenas 1. O saldo é negativo. Estamos no vermelho. Em 2019, o Dia da Sobrecarga da Terra ocorreu em 29 de julho. Não fosse a triste causa, a pandemia, o ganho de três semanas seria motivo para algum alívio. O isolamento propiciou a redução da nossa pegada ecológica.

Fica o desafio e a reflexão - mudar nosso modo consumo buscando uma maior conexão com a natureza e com o Planeta.

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